quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Miopia, astigmatismo... Não deixe que eles te afastem do seu esporte favorito

Beto Jeon, tem miopia e astigmatismo, corre de óculos (Foto: Cadu Maya)
Foi-se o tempo em que se usar óculos era considerado algo constrangedor, digno de se sofrer bullying na escola. Se antigamente éramos alvo de apelidinhos como "quatro olhos", hoje usar óculos não é apenas uma forma de corrigir deficiências visuais, mas é também considerado um acessório cool.

Porém, dentro do esporte vemos poucos atletas utilizando os óculos para praticar atividade física. Até esquecemos que as pessoas que correm ou pedalam diariamente nos parques e nas ruas, também podem conviver com algum tipo de incorreção visual. A maioria usa lentes de contato, como é o caso de Thiago Silva, que tira os óculos para treinar  e os coloca novamente no rosto, na hora de voltar para a casa "Eu não treino com óculos porque não tenho um próprio pra pratica esportiva, senão eu usaria. Só sinto um pouco de dificuldade nos treinos noturnos".

Thiago Silva (ao lado de Beto Jeon), prefere lentes de contato para treinar (Foto: Cadu Maya)

Já Beto Jeon, também corredor, não se adaptou as lentes de contato, por isso passou a correr de óculos. Já acostumado com o acessório em seus treinos, Beto indica apenas algumas desvantagens como, "quando você quer se refrescar, jogando a água em cima de você, molha toda a lente", e também há as marcas no rosto que os óculos deixam em dia de sol forte. Mesmo com esses inconvenientes, os óculos são uma peça fundamental no seu dia-a-dia "Não me vejo sem óculos", e também uma forma de manter a sua identidade "Sou aquele que gosta de usar mesmo e de boa qualidade. Tem que ter estilo com óculos, certo?!".

Nathalia,  tem 8 graus de miopia, e pratica corrida de aventura (Foto: Cadu Maya)

 Caso parecido aconteceu com a Nathalia, aqui da Milk, que sofreu uma forte irritação com as lentes de contato, há seis anos, e desde então só tira os óculos na hora de dormir. "Tenho 8 graus de miopia, mas isso não me impede de praticar os esportes que eu gosto. Pedalo, corro e faço canoagem, tudo de óculos", Para ela, a vantagem em se usar óculos na prática esportiva é não temer que a lente de contato caia ou resseque durante o trajeto. Além disso, por ser tão acostumada com o acessório, ela sente desconforto ao ficar sem. "Quando corro sem meus óculos, a sensação que sinto é a de que está batendo muito vento nos meus olhos".

 Independentemente da deficiência visual do atleta, o importante é que todos saibam que há soluções para os vários tipos de casos e que ninguém precisa deixar de praticar o seu esporte favorito por causa de problemas visuais: "Com o avanço tecnológico à disposição do esporte, o atleta com algum tipo de deficiência visual, pode, hoje, garantir uma boa performance", afirma Virgilio Centurion, diretor do Instituto de Moléstias Oculares (Fonte: Sentir Bem).

E você, já deixou de praticar algum tipo de esporte por conta da sua visão?



quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Leitura que nos inspiram: Operação Portuga, de Sérgio Xavier

Nas últimas semanas, a gente aqui da Milk, acampanhou de perto a emoção e entusiasmo de amigos que estavam se preparando para fazer a sua primeira maratona ou que já haviam completado os 42km, mas aguardaram por meses a tão sonhada largada na terra da Estátua da Liberdade.

Sonho de muitos, a Maratona de Nova York desse ano não ocorreu. O furação Sandy arrasou não apenas a cidade, mas também a expectativa de milhares de corredores. Acompanhamos de longe o desenrolar dessa história e as expressões de frustração expressas via mensagens que os amigos nos mandavam de lá. Isso tudo até o momento em que as pessoas se mobilizaram e se reuniram para correr, no dia da maratona, no Central Park. Mais de 2 mil corredores participaram de uma prova extra-oficial, para manter viva a chama de seus sonhos e também o fizeram como uma forma de homenagear todos aqueles que sofreram perdas que nunca mais serão repostas.

Uma maratona pode ser vista e sentida por vários ângulos: competição, festa, superação. E, como ficou expresso em tantas imagens que recebemos nos últimos dias: solidaridade e amizade.

Corrida extra-oficial no Central Park, pós-cancelamento da Maratona de NY (Foto: Paula Narvaez)

Para quem observa o universo de corredores de fora, fica difícil entender como a corrida representa tantas palavras que não necessariamente encontram relação entre si.

Imediatamente nos lembramos de uma leitura inspiradora e que retrata intimamente esse mundo. Operação Portuga (2010), de Sérgio Xavier, conta a história de 4 corredores amadores, gente como a gente (um pouco mais beneficiados geneticamente, talvez) e um treinador, que vivem os altos e baixos de um treinamento rumo a mesma meta: bater o recorde de tempo do amigo de treino, o Portuga (O melhor tempo dele: 2:43:50. Você encararia?).

Mais que uma disputa, Operação Portuga, relata a motivação, as preocupações, o dia-a-dia, dos amantes da corrida e nos faz compreender os "porquês" os quais tantos 'não-corredores' se indagam por não entenderem a tristeza dos amigos que são impedidos de correr, quando uma maratona é cancelada (por exemplo).

Cada página nos envolve e nos emociona, mostrando o quanto a amizade e o companheirismo são componentes tão presentes nesse universo.

Além disso, também ficamos curiosos, impressionados (e inspirados) com a história de cada um dos personagens (todos reais, a história é verídica!), como o grande atleta amador, Marcelo Apovian, que passou uma parte da vida adulta com uma perna vários centímetros mais curta que a outra (você acredita?). No livro descobrimos como isso aconteceu e  todo o desenrolar da história.

Como o próprio autor, Sérgio Xavier (também corredor), nos informa logo nas primeiras frases "Este não é um livro sobre corrida. É sobre gente".

Uma ótima leitura aos amigos que correm, para os que não correm, para os que treinam para os seus primeiros 42K, ou para aqueles que já estão em sua vigésima Maratona. Enfim, um livro para todos nós. Afinal, competição, superação e companheirismo são universais.


Autor e personagens de carne, osso e sangue nos olhos reunidos: Sérgio, Tomás, Portuga, Marcos Paulo Reis, Guto e Lelo Apovian